O governo federal, por meio do secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, sinalizou nesta quinta-feira (12) que não descarta a possibilidade de editar uma Medida Provisória (MP) para limitar o reajuste do salário mínimo em 2025. Apesar disso, o plano principal da equipe econômica é aprovar no Congresso Nacional um projeto de lei sobre o tema, já enviado para análise dos parlamentares.
Objetivo da medida
A proposta tem como meta limitar o crescimento real do salário mínimo (acima da inflação) a no máximo 2,5% ao ano, seguindo o mesmo teto de crescimento das despesas estabelecido pelo novo arcabouço fiscal. Atualmente, a fórmula vigente para o cálculo do salário mínimo considera a inflação acumulada até novembro do ano anterior, somada ao crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos antes.
Caso o projeto de lei seja aprovado, o impacto direto será uma economia de R$ 110 bilhões em gastos com aposentadorias e pensões ao longo dos próximos cinco anos.
Diferença nos valores
Com a regra atual, o salário mínimo em 2025 seria reajustado dos atuais R$ 1.412 para R$ 1.528. Já com a nova proposta, o valor seria de R$ 1.517. Isso representaria uma redução de R$ 11 mensais para trabalhadores, aposentados e pensionistas, além de implicar em uma perda equivalente no décimo terceiro salário.
Estimativa de economia para 2025
Com a aplicação do novo cálculo, o governo estima uma redução de R$ 4,4 bilhões nas despesas com aposentadorias e benefícios sociais vinculados ao salário mínimo em 2025. Isso porque, para cada R$ 1 de aumento no salário mínimo, são gerados cerca de R$ 392 milhões em novas despesas.
Impacto na economia e na população
O salário mínimo é referência direta para cerca de 59,3 milhões de brasileiros, segundo dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Entre os beneficiados estão trabalhadores formais, aposentados, pensionistas e aqueles que recebem o Benefício de Prestação Continuada (BPC).
Além disso, o salário mínimo também tem impacto indireto na economia, influenciando o poder de compra da população e a média salarial no país.
Próximos passos
A equipe econômica do governo busca priorizar a aprovação do projeto de lei no Congresso Nacional, mas a edição de uma Medida Provisória pode ser utilizada como alternativa, caso o processo legislativo não avance. Segundo Durigan, “os planos A e B estão focados na aprovação legislativa, mas não descartamos a possibilidade de uma MP”.